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Pular corda: brincadeira saudável que estimula o desenvolvimento físico e de todos os sentidos, inclusive os de formação do caráter porque exige a noção de trabalho em equipe |
Costumo dizer que “a
infância é uma quadra azul de sonhos na qual brincamos livres e inconscientes
da realidade”. Morei 31 anos no final da atual Rua Gregório Beheregaray Filho,
antiga 27 de Outubro, entre Marechal Floriano Peixoto e Marechal Deodoro da
Fonseca. Fui o último dos sete filhos, cinco mulheres e dois homens, a sair de
casa para casar.
Ainda vivendo com meus pais,
escrevi na década de 1980 o poema que transcrevo a seguir em que busquei “pintar
com palavras” o que acontecia na minha quadra de chão batido onde fazíamos
muita algazarra e correrias. Quero partilhar com vocês essa minha criação de
pretenso poeta:
QUADRA AZUL
César Fantti
Nesta linda tarde
domingueira
Doura o sol brilhante
a minha rua,
Antes tão sossegada e
nua.
Hoje, esquecida dos
danos,
Do vai e vem desses
cotidianos
Volta a ser menina e
faceira.
Abro a janela e vejo
nas calçadas,
O corre-corre alegre
e alvissareiro
Das crianças contra o
tempo passageiro,
Que só querem brincar
com a tarde,
Porque vem a noite e
apaga a claridade
Trazendo horas e
escuras e caladas.
Mas crianças
sonhadoras,
Não entendem a
natureza.
O que vale é a
certeza,
De verem brotar do
chão,
Bem ao alcance das
mãos,
As formiguinhas
voadoras.
A tarde peregrina,
Sem ter pressa de ir
embora,
Vê florir um pé de
amora,
No quintal de seu
Ernesto,
Que dormindo imita o
gesto,
De beijar s inhá
Carolina.