domingo, 24 de maio de 2015

BEBÊ FREQUENTA A UNIVERSIDADE NO SUL DO BRASIL



BEBÊ FREQUENTA UNIVERSIDADE EM URUGUAIANA

CRÉDITOS DE IMAGEM: (ACIMA): Vilson Messa, Miguel e Tiane. (ABAIXO): Miguel dando os primeiros "passos" como o menor "acadêmico" do Mundo




Há oito meses, a rotina no campus da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), em Uruguaiana (RS), na fronteira do Brasil com a Argentina, mudou desde que o pequeno Miguel Muller dos Santos chegou. A presença dele na sala de aula do Curso de Ciências da Natureza deu caráter doméstico ao ambiente acadêmico. Levá-lo para amamentar e garantir os demais cuidados básicos foi a saída que a mãe Tiane Pereira Muller, de 29 anos, encontrou diante das dificuldades de conciliar o papel de mãe com os estudos.


É natural pensar, eu mesmo logo pensei, que é impossível conciliar a necessidade de concentração nas aulas com as necessidades de um bebê, especialmente durante à noite e dentro de uma sala de aula. Neste caso é surpreendente como todos reagiram: os colegas de Tiane  brincam com o bebê nos intervalos e nos corredores Miguel é paparicado como um verdadeiro mascote do campus. Quando tem prova, quem cuida dele são os professores que o pegam no colo e o distraem para que a mãe não se atrapalhe. Durante as aulas, Miguel fica no bebê conforto ao lado da mãe.

Cabelos lisos, castanhos, bem penteados e jogados para o lado direito do rosto formando uma pequena franja, Miguel exibe sorriso cativante e fica quase sempre acordado durante as aulas. Quando chora, Tiane o leva para passear nos corredores. O pequeno "acadêmico" dorme, geralmente, às 22h40 quando chega em casa. Pode parecer desumano, mas o pai Vilson Messa, que é Guarda Municipal, garante que Miguel já está acostumado com a vida na universidade, onde recebe todos os cuidados e o carinho necessários. Fica minha sugestão: quem sabe no dia da formatura, o único bebê universitário que se tem conhecimento no Mundo possa aparecer de "toguinha" completa e receber seu certificado de bacharelzinho em Ciências da Natureza?









quinta-feira, 21 de maio de 2015

AVÔ CORAGEM MOSTRA PARA A NAÇÃO COMO O ESTADO DEVE AGIR




AVÔ CORAGEM MOSTRA PARA A NAÇÃO COMO O ESTADO DEVERIA AGIR


















Por César Fantti

O exemplo contido na reportagem publicada no jornal Diário da Fronteira (Uruguaiana/RS/Brasil) , em que um avô de 67 anos decidiu se matricular pela primeira vez em escola pública para acompanhar os estudos do neto de 15,  já seria emocionante e de contornos de uma trama que nem as mentes embotadas dos melhores autores de telenovelas poderiam criar, dado o vício que os mesmos têm de criar sempre as mesmas histórias, mudando apenas os cenários e os personagens.




Contudo, o ato do avô coragem ganha aspecto de heroísmo. Ele me contou que decidiu se matricular pela primeira vez em escola pública para proteger o netinho que ele cria desde bebê, da ameaça de uma gangue de delinquentes juvenis que havia jurado o rapaz de morte. - Farei isso enquanto tiver forças - disse o trabalhador rural que acorda todos os dias às cinco da manhã, de segunda-feira a domingo, para cuidar de uma pequena chácara a oito quilômetros de Uruguaiana e ainda ao final do turno encontra disposição para amparar o rapaz. Os dois pedalam ao total, lado a lado, ida e volta da escola, 16 quilômetros para  só depois das 22h, o avô vai dormir o sono dos justos assim que entrega o neto sã e salvo para a filha.



Conclui-se assim que a sociedade começa a se dar conta que a única saída é fazer o papel do Estado que, inepto, não consegue garantir segurança pública para cidadãos que precisam estudar ou trabalhar, principalmente à noite. O dinheiro que deveria ser investido para aumentar de duas a três vezes os efetivos policiais, reaparelhando-os, em cidades de médio e grande portes, escoa sem retorno pelo ralo cada vez mais voraz da corrupção. 



E os safados ( quase todos  bandidos instituídos ou eleitos), aparecem de cara lavada na frente das câmeras de TV afirmando que nada têm a ver com os casos denunciados e quando cumprem pena, adoecem da noite para o dia para conseguir os benesses da frágil legislação brasileira ou, se cumprem condenação, saem da cadeia rindo da sociedade para desfrutar dos milhões amealhados para o resto da vida. Nosso avô coragem sabe disso, sabe que não pode esperar mais do Estado, engessado por leis estapafúrdias e vulneráveis, e pela praga dos corruptos.