ESTUDO COMPROVA QUE HÁ OUTRO PLANETA DENTRO DA TERRA
CÉSAR
FANTTI
Nesta
nova retomada do BLOGUEIRO DO FIM DO MUNDO em 2019, convido aos amigos leitores para
viajarem comigo em uma aventura do conhecimento para o centro da Terra. Como
fez o escritor francês Júlio Verne no seu clássico de ficção “Viagem ao Centro
da Terra” (1864), vamos a seguir, viver experiência semelhante, mas real.
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Cena do filme "Viagem ao Centro da Terra", inspirado na obra do escritor francês Júlio Verne (1864) |
Equipe
de cientistas da Universidade Nacional da Austrália realizou estudos que mostram
evidências concretas de que o centro da Terra é sólido, algo que até agora era
apenas uma suspeita. Os dados divulgados na revista Science em outubro de 2018 afirmam ainda
que o sólido é mais macio do que se pensava.
O
engenheiro físico Hrvoje Tkalčić, um dos
autores da pesquisa, disse que isso significa que o planeta pode se deformar
facilmente e tem várias implicações na compreensão sobre sua composição mineral
e sobre o núcleo da Terra. Entre
as implicações mencionadas por Hrvoje estão à compreensão de fenômenos como a
rotação do núcleo central em relação ao manto da Terra, a mudança na duração
dos dias e o campo geomagnético que influencia diretamente a vida na superfície
do planeta. "O núcleo central da Terra é uma cápsula do tempo, a partir da
qual podemos entender o passado, o presente e o futuro do planeta", disse
Tkalčić.
Os cientistas analisam as ondas
sísmicas para aprender sobre o centro da Terra. Tkalčić descreve o núcleo
central da Terra como "um planeta dentro de um planeta". De acordo
com o cientista, trata-se de uma esfera quente com uma massa de cem quintilhões
(1 seguido de 30 zeros) de toneladas de ferro e níquel que está a 5 mil km
debaixo de nossos pés, à espera de ser descoberta.
Atualmente,
a tecnologia existente não permite chegar a essa profundidade, então, a forma
de aprender sobre o núcleo interno é através de ondas sísmicas. Os
pesquisadores analisam as chamadas "Ondas J", um tipo de onda que só
pode viajar através de objetos sólidos.
Até
agora, a rigidez do núcleo central não estava comprovada porque não havia uma
observação direta das ondas que o atravessavam. "Com este estudo,
conseguimos", explica Tkalčić. "Detectamos a presença de Ondas J,
medimos sua velocidade no núcleo central e, com base nisso, tivemos uma medida
de sua rigidez." Esta descoberta conclui uma busca de 80 anos pela prova
da solidez do núcleo central.
As Ondas
J do interior da Terra são tão pequenas e fracas que sempre foram quase
impossível de encontrar se tornando uma espécies de "Santo Graal"
para os sismólogos. O núcleo da Terra pode ter composição diferente do que se
imaginava até agora
Em
sua pesquisa, em vez de buscar a chegada direta das ondas, Tkalčić e seu colega
Thanh-Son Phạm se esforçaram para encontrar as semelhanças entre vários
sismogramas feitos em diferentes partes do mundo. Isso permitiu que
construíssem uma espécie de "impressão digital" das ondas sísmicas da
Terra, a partir da qual puderam detectar as Ondas J e medir sua velocidade com
uma certeza que não tinham antes. Essa descoberta é promissora, mas faz com que
surjam novas perguntas.
A constatação é que a crosta da Terra
flutua sobre o magma e ainda resta saber qual o motivo para que o núcleo
central seja menos rígido do que esperavam os pesquisadores que estão em uma
etapa de descobrimento sobre sua composição química, que outros elementos além
de ferro e de níquel a compõem, de que tamanho são os grãos, o quanto rápido se
solidificam ou são velhos. Segundo o cientista, a compreensão do espaço sideral
se baseia na compreensão de nosso próprio planeta e quando a Humanidade for
embarcar em uma viagem em busca de novos mundos, ela será possível graças a
esse conhecimento.
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