domingo, 2 de dezembro de 2018



ESTUDO COMPROVA QUE HÁ OUTRO PLANETA DENTRO DA TERRA

CÉSAR FANTTI



Nesta nova retomada do BLOGUEIRO DO FIM DO MUNDO em 2019, convido aos amigos leitores para viajarem comigo em uma aventura do conhecimento para o centro da Terra. Como fez o escritor francês Júlio Verne no seu clássico de ficção “Viagem ao Centro da Terra” (1864), vamos a seguir, viver experiência semelhante, mas real.
Cena do filme "Viagem ao Centro da Terra", inspirado na obra do escritor francês Júlio Verne (1864)

Equipe de cientistas da Universidade Nacional da Austrália realizou estudos que mostram evidências concretas de que o centro da Terra é sólido, algo que até agora era apenas uma suspeita. Os dados divulgados na revista Science em outubro de 2018  afirmam ainda que o sólido é mais macio do que se pensava.  

O engenheiro físico  Hrvoje Tkalčić, um dos autores da pesquisa, disse que isso significa que o planeta pode se deformar facilmente e tem várias implicações na compreensão sobre sua composição mineral e sobre o núcleo da Terra. Entre as implicações mencionadas por Hrvoje estão à compreensão de fenômenos como a rotação do núcleo central em relação ao manto da Terra, a mudança na duração dos dias e o campo geomagnético que influencia diretamente a vida na superfície do planeta. "O núcleo central da Terra é uma cápsula do tempo, a partir da qual podemos entender o passado, o presente e o futuro do planeta", disse Tkalčić.



Os cientistas analisam as ondas sísmicas para aprender sobre o centro da Terra. Tkalčić descreve o núcleo central da Terra como "um planeta dentro de um planeta". De acordo com o cientista, trata-se de uma esfera quente com uma massa de cem quintilhões (1 seguido de 30 zeros) de toneladas de ferro e níquel que está a 5 mil km debaixo de nossos pés, à espera de ser descoberta.

Atualmente, a tecnologia existente não permite chegar a essa profundidade, então, a forma de aprender sobre o núcleo interno é através de ondas sísmicas. Os pesquisadores analisam as chamadas "Ondas J", um tipo de onda que só pode viajar através de objetos sólidos.

Até agora, a rigidez do núcleo central não estava comprovada porque não havia uma observação direta das ondas que o atravessavam. "Com este estudo, conseguimos", explica Tkalčić. "Detectamos a presença de Ondas J, medimos sua velocidade no núcleo central e, com base nisso, tivemos uma medida de sua rigidez." Esta descoberta conclui uma busca de 80 anos pela prova da solidez do núcleo central.

As Ondas J do interior da Terra são tão pequenas e fracas que sempre foram quase impossível de encontrar se tornando uma espécies de "Santo Graal" para os sismólogos. O núcleo da Terra pode ter composição diferente do que se imaginava até agora

Em sua pesquisa, em vez de buscar a chegada direta das ondas, Tkalčić e seu colega Thanh-Son Phạm se esforçaram para encontrar as semelhanças entre vários sismogramas feitos em diferentes partes do mundo. Isso permitiu que construíssem uma espécie de "impressão digital" das ondas sísmicas da Terra, a partir da qual puderam detectar as Ondas J e medir sua velocidade com uma certeza que não tinham antes. Essa descoberta é promissora, mas faz com que surjam novas perguntas.



A constatação é que a crosta da Terra flutua sobre o magma e ainda resta saber qual o motivo para que o núcleo central seja menos rígido do que esperavam os pesquisadores que estão em uma etapa de descobrimento sobre sua composição química, que outros elementos além de ferro e de níquel a compõem, de que tamanho são os grãos, o quanto rápido se solidificam ou são velhos. Segundo o cientista, a compreensão do espaço sideral se baseia na compreensão de nosso próprio planeta e quando a Humanidade for embarcar em uma viagem em busca de novos mundos, ela será possível graças a esse conhecimento.




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