Paulo Woüthers, o "Paulão", ex-oficial do Exército e experimentado "xerife do rio", conhece intimamente o velho Uruguai e defende política habitacional que priorize os ribeirinhos |
Muitos em Uruguaiana ficaram excluídos do processo de triagem, burro e burocrático, que deveria priorizar quem mora na beira do rio, isto é, flagelados de "carteirinha" deveriam ser contemplados com casas independente de sorteio. Paulo Woüthers, da Defesa Civil Municipal, que pelo menos há dois governos se especializou em resgate de pessoas das cheias, conhece cada um dos flagelados e sabe onde mora a maioria. Pela intimidade que ele tem com o velho Uruguai, "Paulão", como é conhecido, conhece o comportamento do rio e nos conclaves sobre soluções para o flagelo dos ribeirinhos,é o principal defensor dessa política mais justa para os desabrigados, que é cadastrar e priorizar quem mora na beira do rio.
Convivo com a enchente desde a infância. O Uruguai, na grande cheia de 1983, chegou na frente da casa onde morava com meus pais, e em cheias anteriores ficava na esquina. Aprendi a nadar nas águas sujas do rio, arriscando-me com meu irmão escondidos longe da vigilância de minha mãe. Apesar de ter viajado por toda a região Fronteira-Oeste relatando como repórter o drama das cheias, ainda não perdi a visão romântica de menino que, alvissareiro, consumia meus dias brincando nas águas das grandes vazantes do nosso caudaloso Uruguai.
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